vulnerabilidade é coragem
Inspiradas pelo documentário da Brené Brown na Netflix, chamado “O poder da vulnerabilidade”, hoje vamos pensar em como a vulnerabilidade, o medo e a vergonha são coisas incríveis!
O que mais nos atraiu nesse tema foi que, ao analisar centenas de entrevistas, a pesquisadora identificou duas características que estavam sempre presentes no grupo das pessoas capazes de estabelecer conexões fortes e verdadeiras: a vulnerabilidade e a coragem. E o mais surpreendente é que as duas estavam diretamente ligadas.
Seu maior insight é nos mostrar que sentimentos que associamos à fraqueza podem ser, na verdade, atos de força e coragem. Mas não é isso que aprendemos, não é mesmo? Quando associamos vulnerabilidade a uma coisa ruim, criamos uma armadura para as situações sociais, onde devemos negar essa fragilidade. E essa casca protetora acaba escondendo a nossa versão mais genuína, aquela que, quando mostramos, podemos construir diálogos e relacionamentos verdadeiros e profundos.
Especialmente nós, mulheres, que já fomos taxadas de sexo frágil ou delicadas demais, nos acostumamos a vestir a roupa da mulher guerreira e a enfrentar tudo com uma falsa postura de confiança, sem nunca poder fraquejar. Mas além de ser exaustivo, dessa forma nós escondemos o que sentimos e perdemos a chance de mudar a situação ou de pedir ajuda.
Quando estamos vulneráveis, estamos correndo riscos mas é aí também que enfrentamos nosso medo, conseguimos viver experiências que nunca viveríamos e podemos encontrar cada vez mais os nossos propósitos de vida, pois estamos nos colocando no mundo quase nuas, apenas sendo e mostrando o que se é. E afinal, o que é ser fraco? Expor sentimentos? Mostrar que não temos certeza sobre alguma coisa? Ter dúvidas é o que nos faz questionar, nos faz abrir o peito e assim descobrir novas possibilidades.
É normal sentirmos medo quando lidamos com o desconhecido, mas quando oprimimos esse sentimento, deixamos de viver coisas maravilhosas, e por isso nós questionamos: Por que temos que ocultar vários sentimentos tão humanos? Quando assumimos nossas emoções, nos colocamos inteiras no momento presente, e, assim, abrimos a porta para nos expressarmos de forma mais verdadeira, deixando fluir o rio que corre dentro da gente.
Todo mundo sente vergonha, mas para se expor é preciso enfrentá-la. Veja que encarar de frente é diferente de mascarar e fingir não sentir, quando percebemos que estamos sentindo algo e seguimos em frente mesmo assim, abrimos possibilidades maravilhosas que acabaríamos nem sequer acessando.
Assumir que somos imperfeitos é também um grande passo para nos conectarmos com o outro, ficamos mais preparados para nos entregar e nos conectar com o outro com mais compaixão, já que estamos exercendo isso com a gente mesma, relações mais transparentes nos levam mais longe, pois estabelecemos diálogos abertos e francos.
O impacto de agir de forma positiva e corajosa frente a esses sentimentos nos ajuda a sermos mais autênticas e quanto mais formos nós mesmas, mais estaremos perto dos nossos propósitos, e assim também temos mais chances de atrair pessoas que queiram realizá-los junto com a gente. A mágica acontece justamente quando estamos vulneráveis, porque é nesse momento que estamos inteiras e presentes, e não existe nenhum ato de coragem maior do que se arriscar e se entregar de forma verdadeira.
Para nós, a conclusão é que, ao assumir nossos sentimentos, mesmo quando temos vergonha e medo, é uma forma de assumir a nossa condição humana e ajudar mais pessoas a se libertarem, sendo exatamente o que se é, e não o que precisa, espera-se ou deveria ser. Quanto mais escolhermos ser a gente mesma, mais o mundo e as relações serão livres, verdadeiras e genuínas, mais nos sentiremos confortáveis em seguir nossa jornada.
Vamos finalizar com um aprendizado poético de Paulo Lemninski “Isso de ser exatamente o que se é, ainda vai nos levar além”.
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