“he named me Malala”: o doc que você precisa assistir em março!
O mundo inteiro soube quem era Malala em 2012, quando a jovem paquistanesa tentou mudar a realidade do seu país ao defender a educação de meninas e adolescentes e foi baleada por enfrentar as proibições do grupo Talibã, movimento fundamentalista islâmico radical que proíbe, entre outras coisas, direitos basicos às mulheres — como atendimento médico ou andar desacompanhada na rua. Mas o que poucas pessoas sabiam e que foi possível descobrir graças ao documentário He named me Malala, lançado em 2015, é que, depois, mesmo com a agenda ativista abarrotada de compromissos protocolares e de grandes responsabilidades, ainda assim, havia também ali o dia a dia comum de uma menina de 17 anos.
Lições de casa, relações familiares, amizades: apesar do estrondoso alcance de sua causa, Malala foi uma adolescente como outra qualquer — pelo menos na medida do possível. E a gente diz “possível” porque é de se imaginar o tamanho da logística para manter não só a segurança e o bem-estar de Malala como também garantir que a bandeira da educação igualitária continuasse erguida, né? E foi lá atrás, em 2009, que sua história com a militância começou. Aos 11 anos, até então protegida por um pseudônimo, passou a escrever um blog para a BBC no qual detalhava as condições da ocupação talibã, as tentativas incessantes de controle do vale do Swat, onde morava, e seu ponto de vista a respeito da educação para as jovens da região.
À medida que sua popularidade aumentava, crescia junto a insatisfação do exército paquistanês. Na tarde de 9 de outubro de 2012, ao entrar numa van escolar, Malala escuta um homem a chamar pelo nome e se vira para olhá-lo. Três tiros foram disparados e um atingiu sua face esquerda. A tentativa de assassinato desencadeou uma corrente de apoio internacional e sua vida nunca mais foi a mesma.
assista ao trailer:
“há um momento em que você tem de escolher entre silenciar e se rebelar”
Em 2014, Malala entrou de novo para a história como a pessoa mais jovem a ganhar um Prêmio Nobel da Paz. Em seu discurso, ao receber a honraria, falou de direitos humanos e responsabilidade. Levantou, mais uma vez, sua voz para cobrar que líderes se comprometam com a educação e apelou aos governos para que lutem contra o terrorismo e a violência e protejam suas crianças da brutalidade e do perigo. Também emocionou o público ao falar de compaixão: “Mesmo que eu tivesse uma arma e ele estivesse na minha frente, não atiraria nele. Esta é a compaixão que aprendi com Maomé, Jesus Cristo e Buda, a herança de mudança que recebi de Martin Luther King, Nelson Mandela e Muhammad Ali Jinnah. O sábio ditado 'A caneta é mais poderosa que a espada' é verdadeiro. Os extremistas têm medo dos livros e das canetas. O poder da educação os assusta e eles têm medo das mulheres. O poder da voz das mulheres os apavora”.
Inspiração para tantas meninas e mulheres ao redor do mundo, hoje, aos 23, Malala continua defendendo que a educação deve ser prioridade. Ano passado, terminou sua graduação e conquistou o diploma em filosofia, política e economia pela Universidade de Oxford e agora segue se dedicando às ações de seu Malala Fund. Um relatório recente do instituto, aliás, descobriu que mais de 10 milhões de meninas pelo mundo correm o risco de perder seus direitos à educação devido à pandemia. Aumento dos índices de pobreza e das responsabilidades domésticas além de casamentos arranjados em idade precoce e gravidez na adolescência são algumas das causas que poderão levar milhares de jovens à evasão escolar.
É por isso que seu trabalho continua importantíssimo. E é por isso, também, que seu documentário não perde o brilho. Porque tem Malala no centro do roteiro: com toda a sua força, resiliência, potência e energia de mudança. É o filme certeiro para assistir no mês de março, em meio às homenagens às lutas feministas. Então assista, compartilhe com sua rede, discuta com amigas, converse sobre com colegas. Esse é o momento em que você tem de escolher silenciar ou se rebelar. Vamos juntas? :)
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