depilação sustentável: 4 formas de se depilar gerando menos lixo
Oi, tudo bem? Aqui é a Fe Cortez, colunista convidada do blog da pantys e idealizadora do Movimento Menos 1 Lixo!
Vamos falar de depilação? A depilação é um hábito supercomum na vida das mulheres, né?
Se os pelos em homens sempre foram vistos como sinal de masculinidade, já em nós mulheres, a impressão se tornou negativa ao longo do tempo e vista como falta de higiene ou desleixo. Vamos entender um pouquinho como chegamos até aqui?
No século 20, quando as roupas começaram a se tornar mais curtas e decotadas, a sociedade e a indústria de cosméticos começou a convencer as mulheres de que os pelos eram motivo de vergonha ou falta de higiene. Por isso, a depilação passou a ser incentivada através da publicidade e da criação dos primeiros aparelhos de barbear, ceras e cremes depilatórios destinados às mulheres.
Biologicamente, essa atividade e a química dos produtos pode nos fazer mal: especialistas dizem que a remoção dos pelos pode deixar a nossa região íntima mais vulnerável às infecções. Mas a depilação feminina sempre foi mais uma das tantas imposições do patriarcado aos nossos corpos. Por isso, vale reforçar que optar ou não por ela é uma escolha completamente individual.
Ainda bem que a gente tem uma pantys da vida pra colaborar com esse processo de conscientização e empoderamento do feminino e, assim, transformar alguns desses padrões super ultrapassados. Mas, às mulheres que curtem se depilar, eu pergunto: você já parou para pensar nas substâncias que está colocando na sua pele e no impacto ambiental que esse processo pode ter?
por que a minha depilação afeta o meio ambiente?
Ligada à entrada das mulheres no mercado de trabalho, a depilação começou no século passado e, desde então, vários métodos começaram a surgir. A cera, super conhecida aqui no Brasil, é feita de parafina e resina. A parafina tem 95% de sua composição em petroquímicos e, portanto, pode ser considerada tóxica. A resina também possui composição química e é considerada alergênica, segundo Environmental Working Group. Já imaginou o impacto dessas substâncias quando entram em contato com a sua pele? E, ainda, quando chegam ao meio ambiente? Isso também vale para aquele papelzinho comum em outras técnicas, mas que fica todo sujo de cera; ele é um rejeito e também tem as mesmas toxinas…
É super importante a gente pensar na maneira que esse materiais são descartados. Reutilizar a cera é proibido pela Anvisa, pois esse material, assim como a pá que as depiladoras usam, é de fácil contaminação e pode conter vestígios de pelos, vírus, fungos e bactérias. São muitas as doenças que podem ser transmitidas nesse processo, de micose até HPV. Esse bolo de toxinas é destinado ao lixo comum e, muitas vezes, acabam em lixões. Vale lembrar que, só no Brasil, existem mais de 3 mil depósitos de lixo a céu aberto, ocupando 1.600 municípios... Tenso, né? Pensando nisso, reuni alguns métodos de depilação que não agridem a sua pele nem o planeta. Bora falar sobre isso? Vamos a eles:
sugaring
Devido aos problemas ambientais gerados pela cera, alguns ambientalistas defendem o sugaring, uma técnica de depilação caseira à base de açúcar e limão, para arrancar os pelos. Você pode guardar esse material em um pote de vidro e aquecê-lo em banho maria antes de usar. E ter muito cuidado com a exposição ao sol, tá?
Se for apostar no sugaring, lembre-se de não usar em excesso, pois o limão pode deixar manchas na pele. A única desvantagem é que, durante a depilação, você vai precisar de um papel para puxar os pelos. Apesar de não ser tão ser tão prejudicial quanto o plástico do aparelho de barbear e a cera convencional, você também irá produzir lixo...
barbeador de metal
Falando no barbeador de plástico, você sabia que, depois de descartado, ele vai ficar por aqui durante 400 anos prejudicando o ecossistema local? Apesar dele ser reciclável, ele não é reciclado. Para que a sua matéria-prima volte para a cadeia, a gente precisa separar a lâmina de metal do plástico e acumular muitos aparelhos de barbear, já que cada um pesa no máximo 20 gramas. E, vamos combinar, não é isso que acontece na maioria das vezes, né? Segundo a EPA, Agência de Proteção Ambiental dos EUA, pelo menos 2 bilhões de aparelhos de barbear descartáveis são jogados nos aterros sanitários todos os anos só nos EUA.
Então, se você é amante do barbeador, que tal substituir o tradicional por um de metal? Ele é reutilizável e dá para descartar (e reciclar) apenas a lâmina de metal, reutilizando o produto. Além de durar muito mais, claro! A única desvantagem é que é mais fácil de se cortar, então tome cuidado quando for usar, OK?
depilação a laser
A depilação a laser já existe no Brasil há mais de 20 anos. Em 10 sessões, esse método elimina cerca de 30% dos pelos a cada consulta – e é capaz de bloquear o crescimento em até 80%. Os 20% dos pelos restantes nascem mais finos e espaçados. Apesar do resultado ser subjetivo, na maioria das vezes é bem sucedido. Mas, quais são os seus impactos no meio ambiente?
Na técnica, a luz do laser de diodo é aquecida a, no mínimo, 60ºC, atinge a pele e gera uma energia que destrói a penugem. Quando esse aquecimento atinge a raiz, ela não volta a crescer. Todo esse processo é feito através de uma máquina e, por isso, não gera lixo. Porém, ele deve ser feito por um profissional habilitado, pois como é um laser, pode ter consequências para a saúde, como queimaduras, bolhas, manchas, vermelhidão ou cascas nas regiões aplicadas. E por último, mas não menos importante:
maquininha depiladora
Eu uso a maquininha depiladora que arranca os pelos pela raiz há anos e, mesmo velha, ela ainda funciona muito bem. O método é mais dolorido do que o barbeador, por exemplo, mas não gera lixo. A única coisa que você vai precisar descartar é a própria máquina, mas isso só vai acontecer depois de muuuito tempo.
O processo funciona mais ou menos como a cera e o sugaring: você passa a maquininha na área que quer depilar e ele arranca os pelos do local. Essa prática tem como principal função arrancar os fios da raiz e, por esse motivo, o resultado dura mais tempo. Isso sem falar na praticidade e na economia, né! Imagina o tempo e o dinheiro que você vai economizar sem ir ao salão. Eu comecei a usar porque acho salão muito chato (e ter que ficar nas filas de espaços de depilação me fazia perder muito tempo). Então essa, além de ser sustentável, tem benefício triplo: o pelo demora pra crescer, você economiza MUITA grana e você pode depilar a axila meia hora antes de sair de casa, por exemplo.
E vocês, que método preferem adotar? Deixo aqui um vídeo sobre DEPILAÇÃO SEM LIXO que tá disponível no canal do @menos1lixo no youtube
Espero que tenham gostado, até a próxima!
FE CORTEZ
é ativista ambiental e do amor, idealizadora do @menos1lixo, movimento que enxerga no poder do indivíduo a capacidade de transformar o mundo com conteúdo disponível também no site e no youtube.
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