agrofloresta é o futuro feminino do planeta
Os saberes das nossas ancestrais podem iluminar muitas questões atuais que enfrentamos e nos levar muito além, tão além, que ficamos mais perto de nós mesmas e da nossa humanidade. Muitos conhecimentos foram perdidos com a estrutura do patriarcado, a correria e a grande quantidade de informações do nosso sistema. Prova disso é que a nossa relação com a natureza foi praticamente cortada e, enquanto a palavra “floresta” parece quase algo abstrato, mesmo sendo fundamental pra vida no Terra, a palavra “plantação” e “agronegócio” é rotineira - precisamos conectar todos esses pontos, não é mesmo? E, como nós, mulheres do futuro, sabemos honrar a sabedoria das mulheres do passado para construir o futuro, vamos resgatar tudo que for útil para nossa evolução. Hoje vamos conversar sobre um tema bem importante, a Agrofloresta, uma alternativa para os novos tempos estão pedindo para serem vividos.
Sem mais complicações, a Agrofloresta ou Sistema Agroflorestal é um sistema de plantio de alimentos que é sustentável e ainda faz a recuperação natural de uma floresta. Ou seja, quando pensamos por esse lado, ao invés de utilizar os recursos naturais de forma desenfreada (lembram que já estamos em cheque especial com a Terra?), tornando a terra cada vez mais pobre em nutrientes, nós trabalhamos juntos para favorecer a inteligência da própria natureza, que é capaz de se recuperar e se retroalimentar quando tudo cresce no solo da maneira correta.
É a dinâmica de sucessão de espécies em pleno andamento. Nesse modelo sustentável, plantas de espécies diferentes e complementares são colocadas em um mesmo ambiente, em integração também com os animais. A ideia é evitar o plantio excessivo de uma só espécie, sem pensar nas características naturais da terra. Essa diversidade de interações ecológicas cria um sistema todo integrado, que pode crescer e se refazer de maneira natural. Aqui, nós trabalhamos a favor da natureza e não contra ela, associando cultivos agrícolas e florestais, além de permitir a recuperação dos recursos, um sistema muito mais inteligente.
A Agrofloresta recupera antigas técnicas de povos tradicionais de várias partes do mundo, unindo a elas o conhecimento científico acumulado sobre a fisiologia das espécies vegetais. Ou seja, nesse sistema é possível resgatar saberes ancestrais e integrá-los com os conhecimentos modernos. Uma ideia incrível para aplicar em diferentes espaços da vida. É uma verdadeira conexão com a nossa mulher ancestral, que acumulou conhecimento e uma forte relação com a floresta ao longo dos tempos.
Nesse modelo de pensar a nossa relação com as florestas, nós colocamos plantas que, naturalmente, impedem a chegada de pragas e outras infestações, evitando o uso de pesticidas. A terra fica mais forte e as plantas se ajudam enquanto uma fornece nutrição para a outra. É como pensar na nossa coletividade. Lembra que juntas, cada uma com o seu jeitinho de ser, nós também somos mais fortes e nos complementamos? As plantas também precisam de diversidade para crescer bem, assim como a gente sabe da importância de manter a nossa multiplicidade enquanto mulheres.
Enquanto isso, a gente pode adotar uma série de comportamentos cotidianos para contribuir com essa rede do bem para o fortalecimento das florestas. E como podemos ajudar de forma mais direta? Um dos caminhos é a utilização de composteiras domésticas, um sistema de reciclagem de resíduos orgânicos, em que minhocas e microorganismos transformam restos de alimentos em adubo de ótima qualidade. Ou seja, ter uma composteira é como aderir ao sistema de Agrofloresta em uma escala menor, ajudando a natureza a manter seu ciclo em constante funcionamento, de forma natural e saudável. Imagina que incrível um sistema eficiente e ecológico desses dentro da nossa própria casa?
Sabe onde também podemos encontrar ótimos nutrientes para a terra? Isso mesmo, no nosso sangue menstrual. Que tal experimentar devolvê-lo ao invés de jogar fora? O nosso sangue menstrual tem três nutrientes muito importantes para as plantas: nitrogênio, potássio e fósforo. A presença deles faz com que esse fluido se transforme em um ótimo fertilizante. É só diluir, em uma porcentagem de 90% de água e 10% de sangue, e ele está prontinho. Essa prática permite que você se torne parte ativa de mais um lindo ciclo de renovação natural. E mesmo se não estiver pronta para isso ainda, só o fato de lavar suas pantys, deixando a água levar o sangue embora, já é uma forma de devolver também e enxergar o nosso ciclo.
Com tudo isso nós aprendemos que a energia cíclica da natureza está presente em todos os lugares, desde as grandes florestas até o nosso próprio corpinho. E para que ela funcione sempre de forma natural e constante, basta que a gente entenda quais são os melhores caminhos para trabalhar a favor e bem juntinho dela. Prontas para fazer parte de um grande ciclo? Siim!
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