Agosto Dourado: o mês do aleitamento materno
Você já percebeu que cada mês tem uma campanha colorida? Relembre com a gente alguns: Janeiro Branco, Setembro Amarelo, Outubro Rosa... e nós estamos no mês do Agosto Dourado.
O Agosto Dourado foi eleito recentemente pela Organização Mundial da Saúde como o mês da Conscientização do Aleitamento Materno – um mês inteirinho para mostrar o quanto o leite materno é benéfico para o bebê.
Um spoiler: o leite materno atua como a primeira vacina! Venha com a gente para descobrir um pouco mais sobre essa fonte de vida riquíssima de vitaminas importantas para os bebês. 🥰
o que é aleitamento materno?
O aleitamento materno é o ato de aleitar, ou seja, amamentar o bebê com o leite produzido pela mãe que, por sua vez, pode ser diretamente do peito ou por uma mamadeira.
qual a importância de amamentar o bebê?
O leite materno é a energia vital do bebê, já que é rico em vitaminas, minerais, enzimas, proteínas, glóbulos brancos, anticorpos e outros componentes que desenvolvem os demais sistemas imaturos do bebê.
mas, afinal, do que o leite materno é feito?
A Medela, uma empresa suíça especialista em produtos para amamentação e aleitamento materno, pesquisa a fórmula química do leite e suas vantagens desde 1961, quando a empresa foi fundada. Depois de muita pesquisa, concluíram que o leite materno é o mais nutritivo que existe por conta da presença de:
mais de 20 aminoácidos diferentes
Os mais de 20 aminoácidos diferentes, que também são conhecidos como nucleotídeos, são essenciais para a construção de músculos, tecidos e hormônios.[1] [2] Inclusive, há um aumento da produção desses aminoácidos durante a noite, que os cientistas acreditam serem responsáveis por desencadear o sono.
mais de 1000 proteínas
Bastantes proteínas, não é mesmo?! As proteínas têm o papel de transportar o oxigênio entre as pequenas partes do corpinho do bebê na hemoglobina, atuam na catalização das reações químicas com as enzimas e na contração muscular com a actina e miosina.[3]
Em meio a tantas opções de proteínas, a principal é a alfa-lactoalbumina, representando de 10 a 20% da proteína total. Apesar da quantidade de nomes químicos, o trabalho em conjunto das proteínas promove o crescimento do bebê. É graças a elas que ele fica fortinho!
milhões de células vivas
Principalmente, células estaminais, que ajudam no desenvolvimento e regeneração dos órgãos e glóbulos brancos, que reforçam o sistema imunológico.[4]
inúmeros hormônios
Lindezas, nós bem sabemos que os hormônios são importantes, não é mesmo? E eles já começam a atuar no desenvolvimento dos sistemas logo no começo da vida. O leite materno é rico em hormônios [5] de todos os tipos, que auxiliam no desenvolvimento e o pleno funcionamento dos órgãos internos.
mais de 200 oligossacarídeos
O nome é complicado, mas a função é simples! Os oligossacarídeos são carboidratos solúveis que exercem a função de prebióticos estimuladores benéficos da microflora intestinal.[6]
minerais e vitaminas
Os minerais e as vitaminas são substâncias que sustentam o funcionamento dos órgãos e o desenvolvimento saudável dos sistemas internos.[7] Por exemplo, esses nutrientes auxiliam na formação dos ossos e nos primeiros dentinhos.
muuuitos anticorpos
Sabia que o leite materno é tão rico em anticorpos que é considerado a primeira vacina do bebê?[8] Todas às cinco formas básicas de anticorpos estão presentes no leite materno e protegem os bebês de bactérias, vírus, infecções e muitos outros agentes.
mais de 1400 microRNA's
Os microRNA's impedem o desenvolvimento de doenças e alterações na expressão genética.[9] É um nome complicadinho, mas são eles um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento saudável dos bebês.
ácidos graxos de cadeia longa
Esses ácidos graxos de cadeia longa têm o importante papel de desenvolver o sistema nervoso dos bebês e a sua visão. No começo da vida, os bebês enxergam bem embaçado – quase indefinido! –, com o tempo as imagens ficam mais definidas e ricas em detalhes.
Apresentamos muitos conceitos químicos até aqui, ufa! Mas você sabia que isso nem é toda a complexidade nutritiva do leite materno? Cada um desses pontos ainda se subdividem em muitos outros, todos em prol do desenvolvimento do bebê.
Então, se o bebê estiver com fome, sente-se em um lugar confortável e o alimente. Não deixe que os lugares públicos te intimidem. Veja aqui: por que a amamentação em público ainda é tabu?
por quanto tempo amamentar o bebê?
A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde recomendam amamentar, exclusivamente com leite materno, nos primeiros 6 meses e como um complemento até os 2 anos de idade.
quais são as vantagens do leite materno para o bebê?
Além de riqueza nutricional, o leite é de fácil digestão, fácil acesso e muito simples para consumir (desde que a mãe e a família estejam amparadas para sanar as dúvidas e dificuldades que existem no ato de amamentar). É a primeira fonte de energia depois do nascimento e a melhor forma de criar vínculos com a mamãe.
quais são as doenças que o aleitamento materno previne?
Os bebês que recebem o aleitamento materno durante os primeiros 6 meses de vida têm menos chances de ficar doente com diarreias, gastroenterites, otites, enjoos, gripes, resfriados e infecções. Ah, a lista aumenta a longo prazo, pois o leite diminui as taxas de doenças alérgicas[10], gordura no sangue, obesidade e pneumonia.
quando a mãe está doente pode amamentar?
Pode sim, isso não é empecilho não! Pelo contrário, o corpo fabrica ainda mais anticorpos e os transfere para o bebê. Assim, o risco dele ficar doentinho é reduzido drasticamente.
quando o bebê está doente, a mãe produz mais leite?
Sim, um estudo da Clinical & Translational Immunology[11] concluiu que o organismo materno identifica que o bebê está doente durante o próprio contato na amamentação, assim, ele fabrica um leite rico em anticorpos adequados para combater a doença.
É uma maneira eficiente de reduzir as taxas de bebês doentinhos nas filas dos hospitais e a mortalidade infantil do mundo.
Agora você entende porque a Unicef e ONU deram início ao Agosto Dourado?!
quantos litros de leite a mãe produz por dia?
A produção de leite fica em média 750-800 ml de leite por dia nas primeiras 4 semanas pós-parto e pode variar de 450-1200 ml nos meses seguintes ao desenvolvimento do bebê.
quais alimentos estimulam a produção de leite?
Os principais alimentos que estimulam a produção de leite materno são: abacate, nozes, feijão, legumes, cogumelos, vegetais com folhas verdes, vegetais de raiz vermelha e laranja, sementes, cúrcuma, alho, aveia, iogurte, lentilha e salmão. Ah, lembre-se de tomar muuita água.
o que faço se eu tenho pouco leite?
A quantidade de leite varia de corpo para corpo, tá?! Algumas mães podem ter mais – o excesso de leite nas mamas pode ser um dos 5 fatores de dor no seio –, ao passo que outras mamães têm menos leite.
A alimentação e a própria sucção no mamilo estimulam a produção do leite. E, como se não fosse suficiente, ainda existem fatores internos e externos que podem baixar a produção de leite.
o que faz a produção do leite diminuir?
Ansiedade, dor, estresse, desconforto, cobranças, privação do sono, falta de apoio... o contexto influencia muito no corpo materno. Por isso, se você julga que a quantidade de leite que produz é pouca, não se cobre tanto, ok?!
Existem outros meios de nutrir seu filhinho! Vá ao pediatra e conte a situação que se encontre, pois ele saberá qual a melhor maneira de cuidar de você e do seu bebê.
A maternidade é uma escolha não uma obrigação, logo, a amamentação também. Há mamães que se regozijam em dar de mamar aos filhos, outras sentem muitas dores nos mamilos, e passam a ver na amamentação um momento mais de tortura do que de estreitamento afetivo com o bebê.
Para algumas mamães, amamentar não é uma opção, porque inúmeros motivos particulares interferem nesse momento – elas querem, mas não conseguem! Se puder e conseguir amamentar, saiba que é excelente para ambos: mãe e bebê. Mas se não puder, conte o auxílio dos bancos de leites.
o Brasil tem a maior rede de bancos de leite humano do mundo!
Os bancos de leite humano do Brasil são conhecidos mundialmente pela alta qualidade do leite, baixo custo para manutenção e desenvolvimento tecnológico. Mais de 20 países da America Latina, Europa, África e Caribe importam porque é a melhor opção.
quantos bancos de leite humano têm no Brasil?
A Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH-Brasil) promove, protege e apoia o aleitamento materno. Para isso, disponibiliza mais de 200 bancos de leites distribuídos em todos os estados brasileiros e Distrito Federal. Ah, muitos deles oferecem serviço domicilar de coleta, tá?!
o que acontece com o leite materno doado?
Não é à toa que o Brasil exporta leite humano, tá?! O leite doado passa por um rigoroso controle de qualidade antes de chegar à doação. Primeiro é analisado, pasteurizado e armazenado em local asséptico.
Entre em contato com o banco de leite da sua região e faça parte do movimento <3 O objetivo de todos é o mesmo: que os bebês cresçam fortes e saudáveis. Por isso, quem tem mais leite oferece para quem tem menos, assim todos se ajudam.
Para ajudar ainda mais nesta fase de amamentação, nós temos dois itens que podem tornar o momento menos desconfortável: o sutiã absorvente e a calcinha absorvente pós parto. Acesse a coleção de maternidade que separamos especialmente para você.
Nos vemos por lá <3
Referências
[1] Zhang Z et al. Amino acid profiles in term and preterm human milk through lactation: a systematic review. Nutrients. 2013;5(12):4800-4821.
[2] Sánchez CL et al. The possible role of human milk nucleotides as sleep inducers. Nutr Neurosci. 2009;12(1):2-8.
[3] Beck KL, et al. Comparative proteomics of human and macaque milk reveals species-specific nutrition during postnatal development. J Proteome Res. 2015;14(5):2143-2157.
[4] Hassiotou F et al. Cells in human milk: state of the science. J Human Lact. 2013;29(2):171-182.
[5] Hamosh M. Bioactive factors in human milk. Pediatric Clinics. 2001;48(1):69-86.
[6]Moukarzel S, Bode L. Human milk oligosaccharides and the preterm infant: a journey in sickness and in health. Clin perinatol. 2017;44(1):193-207.
[7] Ballard O, Morrow AL. Human milk composition: nutrients and bioactive factors. Pediatr Clin North Am. 2013;60(1):49-74.
[8] Brandtzaeg P. The mucosal immune system and its integration with the mammary glands. The J Pediatr. 2010;156(2):S8-15.
[9] Alsaweed M et al. Human milk cells and lipids conserve numerous known and novel miRNAs, some of which are differentially expressed during lactation. PLoS One. 2016;11(4):e0152610.
[10] TORREGROSA PAREDES, P. et al. Differences in exosome populations in human breast milk in relation to allergic sensitization and lifestyle. Allergy, v. 69, n. 4, p. 463–471, 15 jan. 2014.
[11] HASSIOTOU, F. et al. Maternal and infant infections stimulate a rapid leukocyte response in breastmilk. Clinical & Translational Immunology, v. 2, n. 4, p. e3, abr. 2013.
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