a terra é mãe

Há muitos anos as questões ambientais são discutidas, mas acreditamos que para que a sustentabilidade se torne uma prática cada vez mais comum, é preciso nos conectarmos profundamente com a natureza. Por isso hoje queremos refletir sobre o conceito de  Mãe Terra  e como pode ser lindo estabelecermos um vínculo genuíno com ela.

Com o desenvolvimento das cidades e do sistema em que vivemos atualmente, o contato com a natureza foi reduzido e a energia feminina foi muito afetada. Deixamos de entender a natureza cíclica da Terra e de nós mesmas. A Terra leva um ano para dar uma volta ao redor do sol e completar seu ciclo, nós, mulheres, em média, 28 dias. A lua e as estações do ano são 4 assim como as 4 fases do nosso ciclo menstrual, quando convivemos com nossas amigas nosso ciclo menstrual pode se alinhar, as fases da Lua afetam as marés, as estações do ano as colheitas, são infinitas as evidências que somos todos uma unidade de energia que vibra neste planeta tão incrível e cheio de vida. Sim, nós perdemos muito a proximidade com a natureza, que era essencial para as nossas sábias e sábios ancestrais, mas somos mulheres do futuro que carregam dentro de si a força das mulheres do passado e estamos resgatando a sacralidade da Mãe   Terra.

As consequências dessa desconexão estão no nosso estresse, ansiedade, na falta de tempo para ouvir nossa voz interna e entender que não estamos sozinhas, somos parte de um todo que é pura vida e movimento. Podemos sim pensar que a Terra é nosso Lar, mas pra falar a verdade, preferimos pensar que ela é o conjunto de toda a vida, porque lar traz uma ideia um pouco autocentrada, como se ela estivesse aqui para nos servir e sabemos que não é assim. Existem milhares de outros tipos de vida, das quais inclusive a nossa própria espécie depende. Aliás, já pensou que todas as espécies contribuem para o ciclo da Terra, favorecendo seu equilíbrio sem deixar rastros negativos. Porque apenas os humanos afetam tanto o equilíbrio do planeta?

Pois é, mas muita gente já está conectado com a nova Era e contribuindo para a mudança, e nós vamos conseguir juntas, fortalecendo a energia feminina, a energia da vida, vibrando e criando uma vida com mais harmonia fora e dentro da gente.

O contato com a natureza não traz apenas relaxamento e paz, mas muitos aprendizados que nos geram mais esperança e coragem para viver nossa vida e entender nosso papel nesse mundo. Com as estações do ano podemos ver nosso eu feminino cíclico que acontece todos os meses, assim como acontece com as plantas, que não florescem o ano todo, precisam do outono para se renovarem e uma pausa no inverno para então florescerem novamente com força total. Com o mar podemos aprender que temos um ritmo, que não é linear e está sempre mudando: alguns dias o mar está sem ondas, em outros mais intenso. Na floresta, aprendemos que a maior árvore não é mais importante que aquele brotinho que nasce agora para crescer depois, que cada uma tem seu próprio tempo. Com o sol que brilha e queima, aprendemos que também temos força de nos levantar todos os dias e começar de novo. Com a lua aprendemos a importância do silêncio e de reconhecer e acolher nossas sombras para ter equilíbrio. Parece que a gente se conecta de verdade com ela, ela nos ensina infinitamente sobre tudo - é a coisa mais linda.

Para finalizar, vamos recuperar um saber ancestral (amamos): Pachamama, uma deusa original da cultura Inca e que ainda hoje é a divindade máxima indígena nos Andes, especialmente no Peru e na Bolívia. O termo Pachamama significa Mãe Terra, ele vem da linguagem quíchua (dos nativos que habitavam essa região antes da colonização espanhola - saca só que especial e original). Pacha é “universo, mundo, tempo, lugar” e Mama é “mãe”. Ela é a divindade do feminino e da fertilidade, graças a ela toda a vida brota da terra para a superfície. É só olhar ao nosso redor e ver toda a vida multiplicando para entender que a Terra é mãe, é uma energia feminina, né? Mas não uma mãe que tudo aceita, uma mãe que quer sobreviver e fará o necessário para isso, uma mãe justa, que ensina o tempo todo. Essa divindade protege o planeta, então da mesma forma que traz fertilidade, pode também trazer secas e extinção. Antigamente havia muitos rituais para Pachamama, especialmente antes das colheitas, para agradecer e reverenciar essa energia sagrada da terra.

Esses povos cultuavam os elementos da natureza antes da colonização (e ainda hoje), mas independente de religiões, é importante aprender com os que vieram antes de nós que as montanhas, o ar, o vento, tudo irradia energia. A Terra é nossa conexão com o infinito, e a natureza é o que nos dá unidade e quando lembramos que somos todos parte da mesma vida, as ações positivas de preservar se tornam genuínas e naturais.

Um ritual que recomendamos para todas as mulheres do futuro é plantar sua própria Lua, devolvendo seu sangue menstrual à terra e agradecendo e se libertando de tudo o que passou e mostrando que está pronta e aberta para tudo o que virá. Nosso sangue é fertilizante para a terra e para as plantas e, ao recuperar esse ritual ancestral, temos a chance de, todo mês, lembrarmos que somos parte dessa magia cíclica e fértil.

Somos irmãs e temos uma Mãe que tudo nos dá e nos ensina, vamos fortalecer esse vínculo de amor e criar a nova era juntas? Siiim.


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