28 de junho: amor é amor
Hoje é dia 28 de junho, Dia do Orgulho LGBTQIA+, vamos falar sobre o direito de amar?
Aliás, podemos começar justamente pela sigla, porque se a gente não faz parte de nenhuma dessas letras, é comum não saber o que cada uma representa - mas precisamos nos informar urgentemente para apoiar cada vez mais o amor. Vamos lá? Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Queer, Interssexo, Assexuais e + as demais orientações sexuais que não são heteronormativas, ou seja, que não cabem naquilo que é tido como “padrão”. A maravilhosa Lorelay Fox tem um vídeo suuuuper didático sobre essa sigla e explica tim-tim por tim-tim o que cada orientação significa e a gente super recomenda.
E por que o dia 28 de junho?
Porque neste dia, em 1969, aconteceu uma revolta em um bar em Nova York, quando agentes da “Divisão de Moral Pública” invadiram o bar Stonewall Inn e prenderam diversos clientes alegando “conduta imoral”, com o objetivo de coagir a comunidade LGBT da época. Mas, dessa vez, uma multidão de pessoas começou a crescer do lado de fora do bar, o que acabou isolando os policiais lá dentro e impossibilitando a prisão super injusta dos frequentadores do bar.
O protesto contra a LGTBfobia dos policiais durou até as 4h da manhã e, no dia seguinte, outras manifestações tomaram conta do local e se espalharam pela cidade. Foram esses eventos no bar Stonewall Inn que levaram às primeiras paradas de orgulho LGBT, e a data passou a ser considerada o marco zero pela luta por direitos. Essa história é contada no filme Stonewall – Onde o orgulho começou, do diretor Roland Emmerich.
O movimento LGBTQIA+ no Brasil
Por aqui o movimento também começou nos anos 1970, em plena ditadura militar, com reuniões em bares e clubes em todo o país, e nesses espaços circulavam publicações que foram muito importantes para o fortalecimento da comunidade. Quando a gente não podia se encontrar e organizar por internet, os textões eram impressos e espalhados pessoalmente.
E enquanto a OMS (Organização Mundial da Saúde) só removeu a homossexualidade da lista de doenças em 1990, isso aconteceu cinco anos antes aqui no Brasil, a partir de uma decisão favorável do Conselho Federal de Medicina pela despatologização. Então, se a gente escutar alguém falando “homossexualismo” já podemos dar aquele toque e dizer que o correto, há mais de 30 anos, é “homossexualidade”.
Outras conquistas do movimento
A união estável entre pessoas do mesmo sexo só foi reconhecida aqui no Brasil em 2011, e dois anos depois, em 2013, que o casamento civil entre homossexuais foi permitido. São duas grandes conquistas e ainda muito recentes, assim como o processo de redesignação sexual, conhecido como “mudança de sexo”, que só foi amplamente reconhecido e passou a ser oferecido pelo SUS apenas em 2010.
Já a mudança do nome no registro civil para as pessoas transgênero passou a ser permitida há dois anos, em 2018, mas já era aceito tanto no ENEM quanto no SUS há algum tempinho.
Essas conquistas recentes mostram a importância das lutas do movimento LGBTQIA+ e o quanto conseguimos avançar nos últimos anos, mesmo ainda tendo um longo caminho pela frente. É por isso que precisamos estar sempre atentas para não perdermos nenhum direito e para nos fortalecermos pra seguir lutando.
E para fortalecer esse movimento, o primeiro passo é nos informarmos o máximo possível, por isso indicamos aqui alguns filmes e séries que são incríveis e que nos ajudam a entender esse tema e essas vivências:
Nanette: Hannah Gabsby
A gente já falou sobre esse stand-up da Netflix aqui, mas nunca é demais enaltecer essa mulher incrível e seu show maravilhoso. E agora, com uma boa notícia - tem um novo stand-up da Hannah disponível, “Douglas”, que também está na Netflix.
Crônicas de São Francisco
Uma série em que a sexualidade é abordada de forma natural, que mergulha nas nuances de relacionamentos, nos medos, amores e incertezas que todos os seres humanos compartilham. Também está na Netflix.
Sex Education
Sabe aquela série que a gente queria ter assistido quando era adolescente? Sex Education fala sobre sexualidade de um jeito muito moderno, realista e sensível, dando conta de contar a história de várias letrinhas do LGBTQIA+. Se ainda não viu, aproveita aqui na Netflix.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
Essa história maravilhosa, que retrata a jornada de autoconhecimento do protagonista Chiron, venceu o Oscar de Melhor Filme em 2017 e, vamos combinar, foi merecidíssimo: foi o primeiro filme com um elenco todo de negros, o primeiro filme de temática LGBT e o segundo filme de menor bilheteria americana a ganhar o Oscar, e você pode assistir na Netflix.
O futuro é amor <3
Como a gente falou, ainda temos muitas coisas pra conquistar e uma longa estrada pra percorrer. O preconceito, discriminação, bullying e violência, infelizmente, fazem parte da realidade e mesmo quem não faz parte, pode e deve apoiar o movimento, afinal, estamos falando de pessoas que querem ter o direito de amar quem elas quiserem. Quando a gente fala que somos as mulheres do futuro, estamos falando dessa nova era que começa agora, onde todas as pessoas podem ser quem são, em que todos são acolhidos e podem amar sem medo, exatamente como o amor merece ser vivido.
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